domingo, 16 de março de 2014

Berros de uma criança

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
00:40

Por edersondasilva


Um dia qualquer numa noite de chuva constante batendo na janela, vou perseguir a vida e dizer a ela:
Não suma da minha vista, pois por mais que eu corra e persista, não sei onde  vai parar minha consciência.

Se ouço ao longe os berros de uma criança, não sei onde foi parar minha lembrança.

Os pingos de chuva que rebatem e marcam os segundos são as migalhas de vida que vão passando enquanto durmo, ou enquanto alimento meu corpo farto de tudo e vazio de força para romper o espaço tempo da lógica sem fundamento e sem explicação, porque não necessita explicação.

O nada precisa de tudo para existir, deixar de ser nada e ainda assim não ser nada. O tudo é a quantidade suficiente de nada que nunca será o tudo absoluto, mas também já não é nada.

A suficiência é relativamente o que precisamos para entender que o nada é suficiente e que o tudo é insuficiente. Porque nascemos para querer; sem saber que o nada é suficiente para ser, e  possuir tudo é insuficiente para o querer. Nem sei se nada sei. Só sei que é assim. Porque queremos assim.

Será que consegui dizer tudo e não dizer nada?


Ao longe, ainda ouço os berros de uma criança.

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